sexta-feira, 29 de junho de 2012

Poeta sem pão (Poetas em vão?)


No semiárido da tua ausência bela
E na voz,
E no poeta que avança afoito pras linhas
Como quem tem deuses e demônios a sussurrar-lhe
Ouvi!
Enquanto a pausa tem poesia - É que se tenta dissipar
Se tenta perder.
Pra num fio sem linha
Nunca mais se achar

domingo, 18 de março de 2012

Trem do Mar do Norte

Pega esse trem
Treco, tráfego, transporte
E vem.

Me veja com esses dois olhos tristes
Com esse sorriso largo
Me abrace e nunca diga "adeus".

terça-feira, 13 de março de 2012

(vazio)

Tempo engole minhas horas
Dias sugam minha poesia
Vida segue curso desnaturado
Ruas passam caminhos esburacados

Falta tempo.
Sobre hora.
Escasso. 'Cabou.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Luto

Guerreiros travestidos de vagabundos
Inimigos travestidos de justiceiros
Até quando minha terra será tomada?

Andar pelas ruas e ver a apatia dos outros cabrestos
Gesso, mordaça, cegueira. Tristeza.
- Vagabundos!
"Eu lavo minhas mãos"
- Crucifiquem!

Quando a maior dor do mundo bate no peito de uma criança
A lágrima escorre em mim
Desmancho. Revolto. Sofro. Luto.

Estamos todos de luto
Estamos todos em luta
Tudo junto num só.

"Aba, Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice..."

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

2011 primaveras

Os meus girassóis nunca viveram tamanha sintonia
As minhas rosas nunca estiveram tão vermelhas
Nem tão rosas-chá, nem tão rosas, nem se quer antes eram flores
O sol nunca havia brilhado tão forte
E a chuva nunca fora tão molhada
Mas acima de tudo, os meus girassóis...
Ah... Os meus girassóis amarelos! Tão lindos! Tão amarelos!

Olhos

Esses olhos que comem toda a cor do mundo
Transportadores de toda luz
Refletores do qu'eu acho vida...
Se fecham pra um breve respirar, uma pausa...
E renascem, sempre, a cada instante

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Continua lindo em frente ao mar

Um beijo em frente a lagoa
Um poema uma canção
Olhos fechados pra erguer uma oração
O mar agora beija os pés
E continuo a rezar pra nosso Senhor
Veja os traços de Salvador
Retrato do Cristo Redentor

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Polinização

É um monstro, é uma pedra, é um gigante
Um aborígene, um corcunda, um verme, um deus
Uma corda, uma porta, uma torta
Uma salada, vida e obra
Uma metamorfose, é o poeta
Quando os homens gritam na terra e as sereias cantam no alto-mar
As flores murcham na grama, a grana rola na trama
Ponta firme de poeta, poema, lorota, canção
Segue sendo, está no vento d'alma
Da alma acalma a sofreguidão
Aprende tudo novo na novidade de ser sertão
Mesmo quando está ribeiro
Beirando o mar no outeiro
Aliteração
Aprendi que o poeta poetiza como a abelha poliniza