Adeus, janeiro, fevereiro, março, abril...
Fechando portas, arreganhando varandas
Ao nascer do sol, um manto
E quando se vai, encanto, de canto.
Trama o oposto pro pós-moderno
Tece essa teia maquiavélica
Sem símbolo pra remontar o anteposto
Transparece estar disposto
Dei as boas-vindas ao marinheiro
Carregador de boa sorte no mar d'alma
Vi as águas rolando, quebrando, puxando, pedindo, implorando
Aquele ser que se desafogava era a chegada
Na novidade de ser
Parece-me preceder um renascer
Um cheiro novo, de fresco, de bom, uma brisa suave no calor de um verão
Sujeito do particípio imperfeito as portas abriu...
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
domingo, 23 de outubro de 2011
Deligere
Esse globo que me engole
Percorre todo o passo do meu ser
O assistidor do tilintar dos meus cílios
Esses olhos que de perto são magia
Carregam a vida fácil de harmonia
De bem longe vem trazer grande alegria
Explicar a ciência de uma pradaria
Essas jabuticabas que trocaram de estação
Pra me ver passar meio na contramão
Doces e profundas na densidade de um coração
Piedade não é meio de se encontrar
Somos o flagelo do mundo vestido de seda
Somos a melodia das noites tristes, escuras e frias
Somos o céu e o mar, somos um pouco de fogo pra esquentar
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
É primavera
Meu paulistano
Jeito malandro, quase menino
Alvo do olhar de todas as moças quando passa cantando, por
ela.
Sua voz tem um timbre celeste e uma doçura terrena
Tem o brilho de 7 luas no olhar
E cruza pelo infinito todas as 8 vidas que Deus lhe deu
Vai com Coragem, sem medo de transmitir o que pulsa do lado
esquerdo
O meu moço paulistano, puro som, coragem e gracejo
Atravessa a passarela da vida como se estivesse num realejo
Impossível vê-lo de longe e não tocar sua aura
Como ondas vêm me dizer o que eu preciso, sem precisar de
desejo
Escolho palavras habituais para dizer, sem desdizer
O tamanho do meu amor e como é grande a minha saudade
A profundidade da sua força e a humanidade dos seus acertos
Contra-oposto, paradoxal.
Vinte e cinco primaveras em um amor descomunal.
domingo, 16 de outubro de 2011
Baião do era uma vez
Tô contando pegadas, na praia e na estrada
Tô contando sorrisos, nos meus lábios e nos teus
Martelando batuques pra fazer gingar
Vendo as morenas na avenida a passar
Mas que som é esse que vem chegando aqui?
Um amor adulterado, todo dia “zero quilômetro”
Marchinhas e sambas, choro e baião
Standard de apaixonado!
Três, quatro, cinco passos
Ritmo, descompasso
Beijo e abraço
Gracinha, gracejo, gargalhada
Era pra ser história, mas acabou de ser contada
Era uma vez, uma noite misteriosa, que aguardava a nossa
chegada pra começar a dança dos magos amantes...
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Possessivo direito
O amor começa onde a luz tem seu raiar
É perfeito cheio de graça, desgraça, só que nunca sem graça
Tem vida, tem cheiro, tem cor, tem nós, TÊM!
É perfeito cheio de graça, desgraça, só que nunca sem graça
Tem vida, tem cheiro, tem cor, tem nós, TÊM!
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Passando a limpo
Andando sempre sem rumo
Caminhando num compasso agora distante
Não há motivos para lágrimas
Reinou da vida ser assim mesmo
Continuidade.
Tenho pensado pra fugir e corrido pra pensar
As voltas se repetem e nunca são as mesmas
A paisagem não muda e se reconfigura a cada passada
Circundando.
Os ciclos se repetem e se renovam com as estações
Como as horas do dia
O relógio dita o tempo e o tempo dita o recomeço
Poesia vai-e-volta
O mago volta à vida.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Passeio
No meu passeio público, dei umas voltas
Nele encontrei gotas, acasos e europeus
Descobri uma cachoeira imensa de justiça
E um cálice de piedade, transbordando
Vi manias e maníacos, defeitos e defeituosos
Da janela pra fora os percebi, e eles a mim
Tempestuoso. Sincero.
Flagelo. Paixão. Amor, símbolo
Sem sinalizar a distância, Bahia e Tocantins logo ali
As paredes do passeio todas marcadas
Rabiscos, pichações, arte, música, melodia, poesia.
Luz do sol, luz da lua vem iluminar as almas que aqui passam
Transpasse de cor, o que antes era sofrimento.
O suor e as lágrimas, pelo cansaço da trilha, no pôr-do-sol valerão
à pena.
Tudo que você quiser sendo amor, Iaiá
Unhas cor de rubi, olhos cor de pérola e manto viajante, só
depende das mãos.
Desacerto secreto pra consertar teu relógio.
Nunca para e chega ao fim...
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